domingo, 24 de maio de 2009

Trazer-te em mim até ao fim

Esqueço as minhas perguntas sem resposta nos teus braços, nos teus beijos com sabor a canela, no teu corpo quente e cálido, nos silêncios do princípio do mundo, nos teus olhos onde correm rios tranquilos e habitam florestas misteriosas. Perco-me nos meus sonhos, enquanto os brilhos do mundo cintilam em nós. Deixa o lume deste amor conquistar terreno, deslizar suavemente pelo meu corpo nú e singelo e depois cobrir-me completamente de uma veluptuosidade pura, vernacular, incontestável. Embala-me nessa incessante dança ritual de corpos. Olha para mim, solta-me o cabelo, entra no meu abrigo, dorme no meu abraço. Tansforma-me na tua pele, no caminho que interminavelmente trilhas, feito de flores por dentro. Torna-me tua cúmplice, devora-me com uma sede insaciável, mas em paz, deixa-me ser tudo num momento. Descobrimos surpresas e segredos nos nossos corpos, envolvidos numa melodia de carícias. Pertencemos um ao outro, orgulhamo-nos da paisagem que pintamos com as nossas mãos. Tu esfregas o teu rosto em lugares de mistérios desvendados, amas-me para além do impossível, fazes-me conhecer a infinitude do mar. Descubro que o meu lugar não é outro senão em ti, que o meu amor tem força suficiente para derrubar montanhas e enfrentar o mundo. Eu guardo-te, assim, no meu corpo, nos meus sentidos, naquilo que sou. E perco-me em ti eternamente.

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